quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Teologia: seu caminho e seus desvios


            Quando um cristão inicia seus estudos de teologia, as experiências podem ser diversas:

Alguns, mais místicos, se assustam e desistem, preferem sua simples fé ou sua imaginação, dentre estes, há os que se encantam pelas imagens e transformam-se em idolatras;

            Outros, mais neuróticos, se apaixona pelo estudo sistemático, assumem uma teologia "objetificada", transforma-se em cristãos dogmáticos, racionalistas e gnósticos. Muitos, não se dão conta que trocam a fé cristã, pela fé em idéias científica e filosóficas (ideologias), praticando uma  textolátria;

            Há ainda aqueles que se encantam por um momento e não conseguem articular com a dimensão mística da fé, e ai, vem as frustrações e com o tempo abandona a crença racional dogmática e tornam-se  agnósticos. Desses agnósticos surgem dois tipos: os passivos ou descrente em discursos teológicos que voltam à uma pratica simples da fé e, os ativos, aqueles que passam à uma produção sistemática de uma teologia anti-racionalista ou teologia-negativa, estes últimos são uma espécie de racionalistas críticos ou anti-racionalistas da fé;

             Desses dois últimos, os  gnósticos e agnósticos,  podem surgir os que desmitificam a fé e aniquilam também a dimensão sobrenatural, de tal modo, que se transformam em ateus. Há ateus do tipo  gnóstico que trocam a fé em Deus pelas idéias de "objetividade" e exclusiva das ciências empíricas e filosofia materialista e,  ateus do tipo cético que pensa que tudo não passa de uma construção cultural.

            Claro que a teologia não é o ponto central de frustração de uma pessoa que passa á assumir uma postura ateísta,  geralmente, o fundamento das decepções com a fé são fatores de experiências pessoais e até inconscientes mas, não podemos negar à possibilidade do estudo da teologia participar de tal crise.

            Essas crises podem ocorrer porque muitos iniciantes não são avisados nos seus primeiros passos  na teologia que, o estudo do sagrado ou das coisas divinas,  sem a dimensão da fé, trata-se apenas de mitologia ou estudo do discurso mitológico e não teologia, pois, somente a fé aceita o sobrenatural.

            Podemos até por postura intelectual de caráter modernista, num estudo de nível especulativo de teologia racionalista, suspender temporariamente a fé, mas,  após tal estudo,  cabe ao  cristão decidir se tal reflexão será mantido como discurso hipotético especulativo  ou aplicar na vida cristã. Caso pretenda expor suas reflexões a comunidade, deve fazê-la de maneira responsável identificando suas intenções e objetivos ou no caso de visar fins instrucionais e evangelísticos, o cristão,  necessita por natureza ética e identidade cristã, submeter seus estudos e pensamentos sob o crivo da  fé cristã.
             Ressaltamos essa relação necessária entre a fé e a teologia, pois temos percebido um deslocamento do lugar de  legitimação do discurso teológico cristão que,  com a modernidade e o fenômeno da hiper-racionalização da teologia, marginalizou a fé e centralizou como fundamento, o testemunho e a autoridade das correntes filosóficas e científicas, dado as mudanças no conhecimento e na sociedade.
            Para piorar a crise, com o surgimento  de novos grupos sociais, com seus modos de ser e estar; marcados por um caráter cada vez mais pluralista, tecnocrata, consumista, efêmero e espetacularizado, demandam dos discursos teológicos, um alinhamento estético-ético, estimulando uma produção mercadológica que agrade tal demanda, tal como: teologia gay, teologia da prosperidade, teologia ecológica, etc. 

            Essas transformações no discurso teológico foram tão grande, que certas teologias, foram além dos extremos do racionalismo e do cientificismo,  deslocou-se  do seu campo teológico de modo que parecem ocupar  outros campos como: das ciências das religiões, dos estudos mitológicos, e no pior dos casos, o campo do marketing religioso,  tal foi seu desvio da fé e de sua dimensão do sobrenatural; caráter fundamental e inegável da revelação cristã e consequentemente de uma teologia cristã.

            Para evitar tais desvios é preciso assumir que a fé é o lugar da legitimidade do discurso teológico cristão e não a filosofia, as ciências ou o mercado. Fica aqui uma fala de Paulo aos Coríntios:  

" Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas; Anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo."                              
                                                                                           2 Coríntios 10.4,5

Até a próxima!


Marcio F. A. Miyazato. é Professor e Teólogo. Fundador da Teologia Trans-histórica.  Formado em Pedagogia, Graduando em teologia pela FAETESF e pós-graduando em Semiótica Psicanalítica pela PUC-SP

sábado, 17 de novembro de 2012

Teologia e fé




            O termo teologia tem sua origem na Grécia antiga e durante o tempo passou por vários contornos e transformações de modo que atualmente fala-se de teologias, tais como: católica, protestante, espírita, evangélica, medieval, moderna, ecumênica, da esperança, da libertação, anglo-saxã, latino-americana, trans-histórica, entre outras mais.

            Mas afinal, com tantas teologias, o que podemos compreender sobre o que é ou, de que se trata a teologia?

            Podemos compreender, num sentido  amplo, que teologia é um discurso ou uma fala acerca de Deus ou, sobre a dimensão do sagrado, ou mesmo, de coisas ditas espirituais, divinas e sobrenaturais.

            Já, num sentido  restrito, como um exercício intelectual, a teologia pode ser entendida como um esforço racional, discursivo e especulativo para compreender o mistério da fé. Essa posição tem sua base na seguinte expressão de Anselmo: "fides quaerens intellectum" que literalmente significa a "fé em busca do entendimento" cunhada em sua obra  Proslogion, que defendia que a fé é lógica e cronologicamente anterior à  razão. (Stanley J, Grenz, David Guretzki, 1999, p. 58)

            O que é importante ressaltar nessa definição anterior, é que não se  pode fazer teologia cristã, sem partir da fé cristã, principalmente se essa teologia visa objetivos instrucionais e evangelísticos.  Para a teologia trans-histórica a verdade  encontra-se  na experiência real da fé em Deus, de modo que todo saber ou discurso teológico não deve ser colocado acima do conteúdo da fé dado por um Deus real e vivo que se revela ao humano pelo relacionamento  e pela experiência da fé. Somente assim, a teologia pode ser um instrumento em favor do reino de Deus.

            Assim, para quem quer iniciar seus estudos em teologia cristã, é aconselhável que  antes, pudesse buscar conhecer melhor a dimensão da fé cristã.


Até a próxima!

Referencia Bibliografica:

Stanley J, Grenz, David Guretzki, Dicionario de Teologia - Editora Vida, São Paulo, 1999

Marcio F. A. Miyazato. é Professor e Teólogo. Fundador da Teologia Trans-histórica.  
Formado em Pedagogia, Graduando em teologia pela FAETESF e pós-graduando em Semiótica Psicanalítica pela PUC-SP.


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Teologia Transhistórica

Membros Fundadores:

Anderson Olier
Jonatan Silva Dos Santos
Marcio Ferreira de  Araujo Miyazato

Grupo de estudos da Teologia Transhistórica 
Teologia Trans histórica
fundada em 11 de junho de 2012 na Cidade de Osasco